Tal tendência parece estar relacionada com a crescente influência da maior valorização dos fenômenos que ocorrem no campo psicanalítico, da utilização da relação transferência/contratransferência e conseqüente da valorização dos aspectos interacionais do par analítico. A supervisão costuma ocorrer com um terapeuta menos experiente (o supervisionando), apresentando um determinado material colhido de sua prática clínica a um outro terapeuta mais experiente (o supervisor). O supervisionando relata da forma mais aproximada possível o que transcorreu na sessão psicanalítica ou psicoterápica.
Embora seja visto como um vilão por aí, o ego é o mediador entre os impulsos do id e as exigências do superego. Uma terceira possibilidade de aprendizado pode estar baseada na identificação projetiva com um objeto interno idealizado27. Quando a relação ensino-aprendizado idealizada predomina, a atitude do supervisionando é marcada por uma fantasia de onisciência e onipotência com manifestações de arrogância, achando que é detentor do conhecimento definitivo e absoluto. Como foi mencionado, o modelo de aprendizado por identificação pode sofrer desvios ou distorções.
O que diz a teoria de Lacan?
Segundo Freud, o inconsciente representa a maior parte do aparelho psíquico, que não pode ser acessado pelo consciente e pelo pré-consciente. O caminho seria, portanto, abrir espaço para as representações inconscientes, através da regra fundamental, a associação livre, fazendo emergir as palavras vazias e inscrevê-las em uma representação da palavra, em um significado. O mundo em que vivemos, de acordo com o psicanalista, é construído de símbolos e de significantes, conceito que define que um objeto, imagem ou situação pode representar outra coisa. O id armazena os desejos inconscientes, os quais não são totalmente lógicos e às vezes não seguem as regras estabelecidas pela sociedade. É o ego que coordena o que o id pode ou não fazer, permitindo ou inibindo a sua satisfação. Na psicanálise freudiana, o ego é a parte do sistema psíquico que lida diretamente com a realidade.
Quais são os 4 pilares da psicanálise?
Ou seja, psicanalista é o profissional que concluiu a formação em teoria, técnica e clínica psicanalítica. Quem deseja atuar nesta área deve seguir orientações da instituição escolhida e passar pela experiência prática antes de começar o atendimento terapêutico. Uma boa formação em psicanálise tem duração de pelo menos 4 anos e mais de 700 horas de estudo. Para ser considerado um psicanalista é fundamental que o profissional tenha um pilar de sustentação formado por terapia ou análise pessoal, supervisão clínica e estudo constante. Além da função de ensinar procedimentos técnicos e teóricos, o supervisor inclui nesta transmissão de conhecimento aspectos do seu modelo ético e do seu caráter, que também influenciam o estilo de supervisão. O predomínio ou a presença significativa de características narcisísticas, sadomasoquistas ou paranóides, tanto no supervisor quanto no supervisionando, pode prejudicar a situação de aprendizado.
Ela desenvolveu a análise do comportamento delas por meio da brincadeira para ter acesso ao inconsciente da criança já que a associação livre de Freud dificilmente seria usada com indivíduos de pouca idade. Para compreender uma pessoa como um todo, é necessário pensar em ambos os aspectos, e não apenas julgá-la sobre uma única ótica. Pérez, Krul e Kapoor31 destacam que 98% dos residentes em psiquiatria no Canadá consideraram que a supervisão é altamente importante no desenvolvimento de suas habilidades psicoterapêuticas. A Psicanálise, Curso Psicanálise enquanto método de investigação, caracteriza-se pelo método interpretativo, que busca o significado oculto daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres, os atos falhos. Por isso, é fundamental que o analista entenda como o complexo de Édipo foi vivido pelo paciente, a fim de identificar os problemas relacionados com a vivência da sexualidade e como ela afeta o meio familiar e social em que o analisando se encontra inserido.
É também no processo de convivência e inter-relação com os membros da instituição, com o pensamento, com os modelos, idéias e procedimentos éticos e morais que o candidato baliza sua experiência de aprendizado. Por fim, um dos grandes pilares da psicanálise é a teoria da sexualidade, que foi inovadora na obra freudiana. Essa teoria aborda a sexualidade em todas as etapas da vida, inclusive na infância. Freud desenvolveu seu pensamento com base no processo do desenvolvimento psicossexual, a partir do qual o sujeito encontra o prazer em seu próprio corpo. O corpo é erotizado e as excitações sexuais estão localizadas em partes específicas do corpo, que são as zonas erógenas. Para estes autores, deve ficar sempre transparente a distinção entre supervisão e tratamento pessoal.
O que é o consciente para a psicanálise?
Vale destacar que a psicanálise é uma formação, que não é restrita somente aos profissionais de psicologia. Além disso, a análise das funções do ego abriu-se para outras ciências, como a neurociência, a linguística e a psicofarmacologia. Um resultado desta expansão é a noção de que o paciente, através da psicanálise, consegue pensar as suas experiências emocionais e decide se tornar consciente delas e aceitá-las ou ignorá-las. Porém, não é possível agir conforme deseja, pois isso acarretará em diversas consequências negativas que poderão prejudicar a carreira.
O objeto de estudo da psicanálise concentra-se na relação entre os desejos inconscientes e os comportamentos e sentimentos vividos pelas pessoas. O entendimento dos pilares da psicanálise pressupõe que o analista consiga identificar o momento em que ocorre a transferência, que é uma ferramenta fundamental na análise. A transferência foi uma ferramenta a partir da qual o analista obteve acesso aos sentimentos íntimos que são endereçados a ele, mas que na verdade se referem às pessoas que tiveram uma importância significativa na história de vida do analisando. Esses afetos que aparecem de forma deslocada na análise são o motor do tratamento e podem ser, ao mesmo tempo, fonte de resistência por parte do paciente.