Porém, embora a atividade turística seja produzida por muitos, apenas uma minoria privilegiada costuma usufruir dessa prática em sua plenitude. Segundo o boletim do MTur, o crescimento do mercado interno é um dos motivos mais citados por empresas estrangeiras para investir no país. As informações do documento foram coletadas pela equipe da Coordenação-Geral de Atração de Investimentos, que integra a Secretaria Nacional de Infraestrutura, Crédito e Investimentos no Turismo, a partir de dados públicos e de entidades setoriais, bem como ferramentas online do Financial Times, entre outras fontes. O texto reúne dados e indicadores a respeito do ambiente de negócios no Brasil e análises comparativas entre o país e outras nações da América do Sul e mercados emergentes.
Para as Olimpíadas, a ação mais poderosa foi a isenção de visto para americanos, canadenses, australianos e japoneses entre 1º de junho e 18 de setembro. “Desde os Jogos Pan-Americanos em 2007, o Brasil tem tido um alto grau de exposição, mas por falta de projetos especiais de divulgação isso está sendo mal aproveitado”, explica Ricardo Uvinha, professor do programa de pós-graduação em turismo da USP. Devido ao impacto da pandemia da Covid-19, à desgastada imagem no exterior e às incertezas políticas que o Brasil enfrentará no futuro, é previsível que o país sairá desta crise com outros problemas, estereótipos e desafios. Contudo, o turismo ainda tem a oportunidade de trazer desenvolvimento econômico, social e ambiental para um futuro melhor para o Brasil; uma causa com a qual nós, na posição de acadêmicos e autores deste artigo, estamos comprometidos.
Por isso, teremos nas próximas semanas posts com soluções detalhadas para cada um dos desafios apresentados. Comparações podem ser relativizadas pelas condições específicas dos países, mas o mercado brasileiro, com trunfos turísticos bem conhecidos como o Rio de Janeiro e as Cataratas do Iguaçu e dezenas de lugares com grandes possibilidades de desenvolvimento, está claramente aquém do seu potencial. Alguns dos elementos mais associados ao Brasil — belezas naturais, grande diversidade cultural, calendário rico em festas nacionais e regionais — valem ouro em qualquer roteiro de viagem.
O mercado internacional foi beneficiado com a retirada das exigências de visto recíproco para cidadãos dos EUA, Austrália, Canadá e Japão em 2019. A publicidade internacional do Brasil deve resgatar o propósito de promover os elementos culturais e naturais marcantes do país. Alguns títulos internacionais também conciliam o turismo com iniciativas de conservação ambiental e possuem territórios chancelados no Brasil, como sítios do Patrimônio Mundial (sete naturais e um misto), sítios Ramsar (27 áreas), Reservas da Biosfera (sete áreas) e Geoparques (uma área). As Reservas da Biosfera foram incluídas na legislação brasileira de UC, o que torna sua implementação mais efetiva. Em todos esses casos, nos quais o Brasil é signatário de tratados internacionais, propostas diferenciadas de gestão e uso com um propósito mais sustentável possibilitam o desenvolvimento de diversos aspectos do turismo de natureza, sendo feitas recomendações para o desenvolvimento local e comunitário.
“O crescimento de um ponto no ranking geral de competitividade do WEF mostra que estamos no caminho, mas precisamos fazer mais”, comentou o ministro do Turismo, Marx Beltrão, por e-mail. A situação geral, no entanto, melhorou se comparada a rankings anteriores. Também não são animadoras as posições de infraestrutura terrestre e portuária (112º), saúde e higiene (70º) e sustentabilidade (66º). O pesquisador acha que seria também uma forma de desenvolver a própria área de empreendedorismo no país. O texto cita que “no Brasil, 93% dos visitantes são locais” e “[em 2019] a participação no PIB era de 7,7% e com alta empregabilidade, mas com um crescimento estagnado”.
Em julho, o governo brasileiro reabriu sua fronteira aérea e as companhias que atuam no País estão aumentando consideravelmente suas frequências de voos, mesmo que os números da pandemia ainda permaneçam altos. As partes interessadas no turismo – políticos, dirigentes, empresários, pesquisadores, trabalhadores e outros profissionais – devem lidar com os inúmeros problemas, circunstâncias e más escolhas relacionados ao baixo desempenho do planejamento e gestão do turismo no Brasil, que foram exacerbados pelo tamanho do país. Questões suscitadas por fatores como a distância do Brasil dos principais mercados de turismo e sua vulnerabilidade à instabilidade tanto política quanto econômica dificultam o desenvolvimento do turismo. A Organização Mundial do Turismo (OMT) estima que em 2020, o turismo será a principal atividade econômica do mundo.
Para ela, fatores como a sociedade, o empresariado do setor e um certo discurso político que “mostra certa normalidade no País” levam à pressão para a retomada acelerada, por exemplo, da circulação aérea, com aumento da quantidade de voos nos aeroportos brasileiros. A transformação da Embratur de autarquia em agência de promoção, proposta inicialmente em 2006 na sequência da implementação do Plano Aquarela, virou um fato em 2019. Faz-se necessário agora que a agência assuma seu papel protagonista por meio do resgate e da releitura Vá de catamarã Farol do Morro para Morro de São Paulo crítica do Plano Aquarela, a fim de construir uma agenda, em conjunto com o setor privado, que se transforme em um plano de estado e não de governo, como era o plano original. Aquele passou por três administrações, sendo sempre adaptado de forma inclusiva e democrática. Tem grande importância na economia mundial, pois a chegada de um número significativo de pessoas a um país aumenta o consumo, o que resulta no aumento da produção de bens e de serviços e, consequentemente, na necessidade da criação de novos empregos.
O governo federal interrompeu o uso desta logomarca em 2019, e ele foi substituído por uma logomarca com a bandeira do Brasil e as palavras “Brazil, visit and love us” (“Brasil, visite e ame-nos”). O novo slogan é polêmico, pois alguns especialistas em turismo o veem como um reforço da sexualização da imagem da mulher brasileira. Além dessas questões de lei e ordem ligadas à corrupção, as profundas divisões do país em termos de classe, poder, responsabilidade e dever, bem como a alta concentração de renda e riqueza, levaram à desigualdade social e à violência. A falta de moradias urbanas e o acesso precário ao transporte público têm facilitado o crescimento de favelas nas periferias das capitais brasileiras. O turismo no Brasil é um setor que apresenta enorme potencial, mas que ainda é pouco explorado. Em 2010, aproximadamente 7,2 milhões de estrangeiros entraram no país.