Como dissemos um pouco mais acima, toda e qualquer cultura ou civilização desenvolveu um sistema religioso ou, antes, desenvolveu-se junto a esse sistema. Entre as principais religiões do mundo, encontram-se aquelas com mais complexidade de organização e maior envergadura teológica. É caso, como já citamos, das religiões abraâmicas (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo) e das religiões asiáticas, como o Hinduísmo, o Budismo, o Confucionismo, o Xintoísmo e o Taoismo.
A espiritualidade refere-se a essa experiência de contato com algo que transcende as realidades normais da vida. Significa experimentar uma força interior que supera as próprias capacidades . Contudo, é preciso admitir também, que toda cultura encontra uma maneira de, continuamente, recontar suas lendas folclóricas e mitos. Se no passado isso se fazia ao redor de fogueiras, hoje remodelamos nossas histórias tradicionais em roupas modernas através do meio mais popular, a televisão. Mas esse contar é continuamente atualizado e contextualizado, unindo senso comum, ciência, filosofia, literatura e imaginário social. Podemos considerar o sagrado como “centro organizador”, um modelo que integraria suas diversas concepções.
Desde o início da nossa história nos deparamos com os variados costumes e crenças dos povos originários (os indígenas) que viviam por aqui. Depois, com o contato dos povos europeus, como portugueses e os espanhóis no processo de colonização e imigração, provenientes de processos de imposição e intercâmbio cultural desses com outras culturas. Além disso, tivemos também a presença da cultura africana, das populações orientais e das do continente asiático, consequentemente, fazendo com que todo esse processo, de diversidade, no território brasileiro se aprofundasse. O termo “Deep Ecology” foi cunhado pelo filósofo norueguês Arne Nœss em 1972 para expressar a idéia de que a natureza tem valor intrínseco, ou seja, separado de sua utilidade para os seres humanos, ensina a Enciclopédia de Religião e Natureza, editada em 2005 nos EUA.
As primeiras manifestações religiosas relacionavam-se com os fenômenos da natureza, ou seja, os fenômenos naturais eram entendidos como uma manifestação divina. Com o desenvolvimento da humanidade e o surgimento de novas culturas, novos tipos de religião foram surgindo em diferentes partes do planeta. Em um sentido moderno, esse termo é entendido como o conjunto de crenças do ser humano na existência do divino. Os religiosos gregos, romanos, judeus e cristãos crêem na existência de vários ou de um único deus (judeus e cristãos), um ser impassível de ser sentido pelos sensores humanos e que é capaz de provocar acontecimentos improváveis/impossíveis que podem favorecer ou prejudicar os homens.
A religiosidade em tempos passados
Entretanto, há situações de impotência em que os objetos do amor só existem através da magia da imaginação e do poder milagroso da palavra. Juntando-se o amor, o desejo, a imaginação e os símbolos para criar um mundo que faça sentido e que conviva em harmonia com valores, ações e significados. Camus vai recusar a ideia de Deus, ele diz não aceitar a noção de um Deus cuja existência não teria nenhum assento na realidade sensível. Ele não faz nenhuma concessão a esse Deus que não intervém no problema do mal. Do problema do mal nasce o silêncio de Deus, e esse silêncio se moldará a noção dessa divindade. Nesses textos da Bíblia há, por exemplo, referências a El Shadday (literalmente “El da Montanha”, embora a expressão normalmente seja traduzida como “Deus Todo-Poderoso”), El Elyon (“Deus Altíssimo”) e El Olam (“Deus Eterno”).
Com a queda do Império Romano a Europa de afundou na chamada “Idade das Trevas” e a maior parte da cultura herdada da Grécia e de Roma, em relação à evolução do pensamento filosófica sobre o mítico, desapareceu. Scheid demonstra que o princípio que regia a religião romana era a racionalidade da cidade, garantindo a liberdade e a dignidade dos cidadãos e dos deuses. orações A religião garantia ordem estabelecida e excluía todo o poder fundamentado no medo, pois o relacionamento com os deuses era feito de forma racional. Todos eram capazes de honrar os deuses e de praticar os cultos que quisessem, sob a condição de respeitar o culto público e sua preeminência, da mesma forma que a respeitavam a ordem pública e a liberdade dos cidadãos.
TV Brasil
Além disso, estruturou sociedades e definiu o conhecimento científico, filosófico e artístico durante muitos séculos. Atualmente, nos países da Europa, há certo declínio da religião, sobretudo cristã. Contudo, também travou contato com culturas e religiões muito distintas daquelas conhecidas até então. Vale destacar também o advento da expansão europeia pelos continentes levou a religião ocidental pelo mundo. Aparentemente no mundo latino anterior ao nascimento do cristianismo, religio referia-se a um estilo de comportamento marcado pela rigidez e pela precisão.
Dharma é o código de comportamento que dita o lugar de um indivíduo na sociedade e as funções que ele deve exercer. O dharma também leva em consideração o karma da vida anterior de uma pessoa e quando combinados eles determinam as castas que formam o sistema de uma sociedade hindu. Grande parte dos praticantes do hinduísmo defende que para a religião há um único deus, que faz parte de tudo que existe. Ou seja, a natureza de um ser vivo vai além de seu corpo e sua mente, ele também é um espírito, que complementa uma força, um deus maior. O Xintoísmo diz que tudo é regido por forças de pureza hare, impureza ke, e a fusão de ambos kegare, formando uma das mais importantes características de seus rituais, a purificação de corpo e da alma, assim como a harmonia com a natureza.
Judaísmo Nazareno
Com o cristianismo é impossível situar ou pensar em Deus com a exclusão do homem e, é impossível conceber a divindade como uma monarquia absoluta. Deus, é em si mesmo comunidade e habita o homem em união de amor, que vai até a suspensão numa cruz. No topo da divindade havia não só a tríade formada pelo pensamento, vontade e ação, mas, também o deus da cidade dominadora perdeu seu privilégio de senhor de todos os senhores e passou a ser considerado “filho predileto” do pensamento divino. Porém, mais difícil do que submeterem os chefes das várias cidades ao chefe da cidade principal, era geralmente submeter os deus principais de várias cidades ao deus que detinha o comando. Mas a necessidade de congregar vasto conjunto de grupos humanos mais próximos serviu para realizar empreendimentos de interesse comum como a construção de diques, canais de irrigação, o que levou aos povos da Mesopotâmia a se congregarem sob o chefe imposto aos demais grupos.